"Por cima o Céu, por baixo a Terra, no meio os Ciganos"

(provérbio Cigano)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"Portugueses Ciganos e Ciganofobia em Portugal" de José Gabriel Pereira Bastos


Uma das ideias centrais transmitidas pelo livro Portugueses ciganos e Ciganofobia em Portugal, organizado pelo antropólogo José Gabriel Pereira Basto, é que o desconhecimento e os preconceitos em Portugal em relação aos ciganos portugueses continuam a ser uma constante, representando mesmo uma “ciganofobia generalizada”. O livro, lançado e apresentado no passado dia 5 de Novembro na Universidade Nova de Lisboa, é uma colectânea de dez investigações etnográficas sobre as mudanças relacionadas com ciganos registadas após a revolução de 1974 e deixa perceber, segundo o autor, que as condições de vida dos ciganos em Portugal continuam pior em comparação com as restantes minorias étnicas. Nestes textos, pode-se encontrar, igualmente, uma análise feita aos sentimentos que se associam à expressão "ciganos em Portugal" quando é feita uma pesquisa na Internet  sendo na esmagadora maioria de conotação negativa, apelando inclusive à violência e à exterminação. 
Um dos objectivos do livro, segundo o texto da sua apresentação, é “contribuir para reduzir o desconhecimento e os preconceitos que ocultam essa distanciação em vias de agravamento e para expor a negação sistemática de quanto esse atraso se deve a uma ciganofobia generalizada, indo do aparelho de Estado e Municipal às polícias e às populações locais que se opõem à integração de famílias ciganas, impedem o seu realojamento social e a sua contratação no mercado de trabalho”.
José Gabriel Pereira Bastos começou o seu trabalho de investigaçao nesta area nos finais da década de 90, quando começou a analisar dados disponiveis sobre as condiçoes socio-demograficas desta comunidade e os resultados escolares dos mesmos. Para ambos os casos, a situaçao da comunidade cigana era sempre pior, na maioria dos indicadores, quando comparados com as comunidades africanas ou timorenses. Em 2005, venceu um concurso para um trabalho sobre ciganos em Sintra.

O livro foi editado pela Colibri e CEMME/CRIA e recomendado pela Amnistia Internacional e pelo SOS Racismo. Abaixo segue a sinopse e o índice.
Sinopse:
A história das relações inter étnicas dos Europeus com os «seus» Ciganos é longa e variada. No Ocidente, tiveram direito a um período inicial de integração religiosa – apresentavam se como «peregrinos católicos» que se dirigiam a Santiago de Compostela, rompendo com a conversão forçada ao Islão, do qual fugiam para o Ocidente cristão, e como tal foram ajudados ao longo do século XV. Uma vez caída essa identidade, seguiram se três séculos de perseguições que visavam, para além da expulsão nacional e do degredo para as colónias, duas formas diferentes de genocídio, a extinção física ou a assimilação cultural forçada, com destruição das famílias ciganas e dos seus costumes (…). A partir do movimento Iluminista, no final do século XVIII, e durante longas décadas, introduzindo novas formas de perseguição e de marginalização, a questão cigana tornou se uma curiosidade histórica (que língua era aquela que falavam? de onde seriam originários?), a qual, mais tarde, se transmutou em curiosidade etnográfica ou, mais precisamente, Folk lórica (quais eram os costumes deste povo?). A fundação, em Londres, da Gypsy Lore Society, em 1898, institucionaliza essa curiosidade «científica». * * * * [José Gabriel Pereira Bastos]

Índice:

Portugueses ciganos e ciganofobia em Portugal: uma introdução
José Gabriel Pereira Bastos

ACTORES, HISTÓRIA(S) E FACTORES
DA VIDA CIGANA EM PORTUGAL
Percursos de uma História de Vida: o casamento de António Maia
Carlos Jorge dos Santos Sousa

«Da pobreza ao enriquecimento, da fronteira à mistura»: ser¬ cigano antes e depois do 25 de Abril à luz de uma abordagem estrutural¬ dinâmica
Ana Brinca

O associativismo cigano no feminino e o seu papel de regulação das disfuncionalidades da tradição cigana: um estudo de caso na AMUCIP
Elsa Rodrigues

Missão, mobilidade e fronteira: a Igreja de Filadélfia e os ciganos na Península Ibérica
Ruy Blanes

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E FORMAS DE VIDA
Ciganos e não ciganos: imagens conflituosas em contextos de vizinhança. O bairro social da Atouguia, Guimarães
Manuel Carlos Silva, José Manuel Sobral e Mariana Ramos

Ciganos em terras transmontanas: entre Gitanos e Chabotos
Lurdes Nicolau

Entre a exclusão e a integração: estudo de um grupo cigano no Porto
Olga Magano

«A gente não tem casa, é um dia aqui um dia além, somos ambulantes pronto!». A produção social do “nomadismo” cigano
André Clareza Correia

De bairro em bairro: uma família cigana em Vila Real de Santo António entre discriminação burocrática e social e possíveis formas de vida
Micol Brazzabeni

DEBATES IDENTITÁRIOS VIRTUAIS: O NÃO-DIÁLOGO INTERCULTURAL
Representações e estereótipos face ao Outro maioritário
Maria Manuela Mendes

A questão cigana: Portugueses Ciganos e ciganofobia em Portugal
José Gabriel Pereira Bastos

VOZES DE UM MUNDO DISTANTE: OS ROMA NA ROMÉNIA
Ser Cigano Ortodoxo: Estudo Etnográfico da Aldeia de Zanea, Roménia
Donizete Rodrigues e Cristina Leite

Identidade e participação política dos Roma Romenos
Amana de Sousa Ferro

(in http://www.edi-colibri.pt/Detalhes.aspx?ItemID=1672)


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Desafio 10 - Projecto Encontros

Dinamizador Comunitário: António Flores O meu percurso como Dinamizador Comunitário começou no conhecimento do projeto e das suas actividades, assim como do trabalho desenvolvido com as comunidades; para o bom desempenho nas minhas atividades foi muito importante a ajuda da equipa do projeto e a minha motivação em querer aprender mais. Ao longo do tempo a trabalhar no projeto, tenho conseguido aprofundar as minhas competências e adquirir novas, possibilitando-me ganhar autonomia nas minhas tarefas.
O momento mais marcante enquanto Dinamizador Comunitário foi o trabalho de apoio prestado à comunidade no preenchimento do requeri mento por insuficiência económica para pagamento das taxas moderadoras, que consistiu na divulgação da importância de preenchimento do mesmo e das datas limites para o fazer, na recolha de documentos (segurança social, finanças), assim como na introdução dos dados no sistema do Portal da Saúde. Este trabalho permitiu-me adquirir conhecimentos em diferentes áreas e ajudar as outras pessoas que não tinham possibilidades nem conhecimentos para o fazer.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"Quando acreditam em nós e nos dão oportunidades!"


"A esta altura do campeonato já não me surpreende que me tenham convidado a escrever um artigo de opinião. Neste país, a EAPN Portugal começa a ter tradição em dar o papel principal aqueles que costumam ser ofuscados pela sociedade.
Tenho 14 anos como ativista cigano, anos de luta, de muita desilusão, frustração por não ver questões políticas e sociais, injustas, serem corrigidas. Não posso precisar com clareza, mas creio que foram mais momentos de amargura do que doçura; doçura vivida com muita intensidade, pois pequenos passos eram festejados com muita vibração. Estes festejos eram e são partilhados por pessoas que connosco, ativistas ciganos, têm traçado um caminho que visa melhorar a situação deste país. Sim, porque quando se melhora a situação de um cidadão que está em desvantagem por determinadas razões, o país também melhora.
Durante alguns anos fui convidado, enquanto presidente da Associação Cigana de Coimbra, a estar presente em variadíssimos eventos relacionados com as comunidades ciganas por esse país fora. Perdoem-me as pessoas ou entidades que organizaram essas iniciativas, mas senti que a minha presença era, como se diz na gíria, para inglês ver, para demonstrar que os ciganos são chamados a participar. Pura hipocrisia! Os ciganos ativistas são ainda hoje, tanto em Portugal como na Europa, tratados como alguém a quem escasseia potencial e competências para a gestão do seu próprio processo de inclusão na sociedade. Como diria o Juan Dios Heredia “continuam a fazer o bolo sem a farinha (ciganos). Dali pode sair alguma coisa, mas nenhum bolo!” É lamentável que as políticas se façam sem a participação dos interessados, os ciganos só avulsamente têm sido chamados a participar, convidados mas não tidos em conta. As nossas opiniões entram a 100 e saem a 200, fazendo dos ativistas ciganos protagonistas secundários do seu próprio processo de inserção, onde lhes é vedada a participação e a representação. Basta observarem quem de fato deveria dar o real exemplo, onde estão os ciganos como principais impulsionadores de políticas a seu favor? Isto é a mesma coisa que ter fome, ter a cozinha cheia de alimentos e ingredientes para fazer um bom cozido à portuguesa e alguém, intruso, entrar na minha casa e obrigar-me a comer uma canjinha de arroz porque é mais barato e porque pode ser mais saudável. É isso que se tem feito connosco. Fazem a refeição por nós e obrigam-nos a engoli-la. Isto é o mesmo que nos chamarem incapacitados, não é? Ou estarei a ser duro demais?
A EAPN Portugal, felizmente, quebra todo este ciclo vicioso, não permite que se silenciem os principais interessados, para eles vão os papéis principais, dando-lhes a oportunidade e o risco de errar, mas há essa oportunidade.
A EAPN Portugal tem habituado e capacitado os ativistas ciganos para falarem, para exporem, para contestarem, para contribuírem e construírem, com a consciência de que só assim se pode construir um verdadeiro processo de cooperação visando a melhoria e a minimização de toda a problemática em que grande parte das comunidades ciganas estão mergulhadas.
As pessoas e instituições têm que se unir num lema que passa por acreditar nos cidadãos, no seu potencial, no seu dom. Se assim não for é melhor que fechem as portas, pois é essa a base para construirmos um mundo melhor. Não quero ser presunçoso, mas acredito que em Portugal poucos são os ativistas ciganos que tiveram a oportunidade de viajar pela europa em formações, eventos, seminários e até abrir sessões de seminários. Hoje considero-me um dos maiores peritos ciganos em Portugal. Sabem porquê? Porque alguém (a EAPN Portugal) acreditou em mim. Nunca duvidaram do meu potencial e do meu eventual crescimento enquanto homem e ativista.
O meu livro infantil “A História do Ciganinho Chico” é um sucesso, mesmo fora de portas. O Brasil é o meu próximo destino para o apresentar. Este livro é fruto de um sonho de 10 anos, pois acreditei que os rascunhos que fui fazendo iriam dar um bom livro. Não me posso esquecer daqueles que se riram dos meus rascunhos e das entidades que ignoraram a minha escrita. Ouvi muitos nãos, sobretudo daqueles que deviam acreditar, mas o preconceito falou mais alto. Mesmo assim, nunca desisti, todos os nãos eram aproveitados para melhorar. Felizmente há entidades que em Portugal não olham para a pessoa mas sim para o conteúdo e, por isso, agradeço à Fundação Calouste Gulbenkian que, uma semana depois de ver o pré-projecto do livro se disponibilizou para ajudar na edição. Também não esqueço outras entidades, com responsabilidade de promover a temática, que também me responderam numa semana, com uma grande nega!
Mas quando acreditam em nós, como é o caso da EAPN Portugal e da Fundação Calouste Gulbenkian, principais patrocinadores do meu livro, a diferença aparece. E é isso que a EAPN Portugal tem vindo a fazer, criando oportunidades e espaços para que os mais interessados possam edificar e traçar os seus próprios processos de inclusão.
O lema da EAPN Portugal é este: trabalhar com e não para. Faz toda a diferença!"
Bruno Gonçalves, Vice-Presidente do Centro de Estudos Ciganos 
in http://focussocial.eu/opiniao.php?id=74

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Percepções e Representações Sobre as Comunidades Ciganas

24 de Julho 2012 - 21.00h Projeção de excertos do filme “Desencontros”: Testemunho de uma família cigana ______________________________________________ Comentadores: Bruno Gonçalves / Centro de estudos ciganos Maria José Vicente/EAPN Portugal Rei Neves / Associação S.R.C. Cigana de Coimbra ___________________________________________________ Local: Associação Social Recreativa Cultural Cigana de Coimbra Bairro do Ingote 3000 Coimbra

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Marcha do Alto Pina desfila e vence sob o tema "A chegada dos Ciganos ao Alto Pina"

Em época de santos populares, foi ontem, em noite de Santo António, que a Marcha do Alto Pina venceu pelo segundo ano consecutivo o Concurso das Marchas Populares, este ano com o tema "A Chegada dos Ciganos ao Alto Pina", com 261 pontos e apadrinhados por Filipa Cardoso e Joaquim Monchique; para o bairro foi também os prémios de "Melhor Figurino", "Melhor Coreografia", "Melhor Letra", "Melhor Musicalidade" e "Melhor Desfile na Avenida". A Marcha levou a desfile a chegada dos ciganos ao bairro no século XIX, surgindo na avenida com um rico e colorido figurino, com cavalos e carruagens com ciganas dançantes de pandeireta na mão e com danças e apontamentos de música cigana. _____________________________________________________ (até ao momento, este é o único video disponível da marcha em questão, de lamentar a pouca qualidade)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ciclo Temático PERCEPÇÕES E REPRESENTAÇÕES

09 de Junho 2012 - 16.00h PERCEPÇÕES E REPRESENTAÇÕES Projecção de excertos do filme “Desencontros”: o testemunho de uma família cigana ____________________________________________________ Comentadores: Bruno Gonçalves Olga Mariano Maria José Vicente _____________________________________________________ Local: Anfiteatro da Cruz Vermelha Portuguesa Delegação da Figueira da Foz Av. Dr. Manuel Gaspar de Lemos, 45 3080 Figueira da Foz _____________________________________________________ Inscrição para coimbra@eapn.pt, ao cuidado de Susana Lima ou fax: 239840796 ou telefone: 239834231 _____________________________________________________ Fonte: Facebook - Portugueses Ciganos e seus amigos

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Estudo revela que dispersão de familias ciganas aumenta frequência escolar

No dia 23 de Maio, o Jornal de Noticias publicava uma noticia intitulada "Estudo revela que dispersão de famílias ciganas aumenta frequência escolar", tendo como ponto de partida o caso das famílias ciganas do Bairro do Ingote, em Coimbra, apoiadas pelo projecto Mediador Municipal, o artigo apresenta um estudo que revela que a maior dispersão entre as famílias ciganas aumenta a frequência escolar assim como um maior investimento na higiene e na conservação das suas casas. O referido artigo vem abaixo apresentado: "A atribuição de habitação pela cidade de Coimbra a famílias de etnia cigana está a provocar o aumento da frequência escolar e a reduzir os casamentos precoces da comunidade, conclui um estudo divulgado esta quarta-feira. Os responsáveis pelo Projeto Mediador Municipal de Coimbra afirmam existir uma maior preocupação com a inserção das crianças no meio escolar e sublinham que o fenómeno está a abranger cada vez mais raparigas e não apenas nos níveis de escolaridade inferiores. Das 53 crianças e jovens de etnia cigana que estão a estudar em Coimbra, "quatro meninas já ultrapassaram o 9º ano", afirmou Bruno Gonçalves, o mediador cultural do município, satisfeito com o crescente interesse da população cigana em "ter as crianças na creche e no pré-escolar". De acordo como o estudo, a dispersão de residência das famílias ciganas tem permitido uma "pressão menor da família", o que "implica uma maior autonomia na definição dos projetos de vida", nomeadamente entre a população feminina, que, além de estar a tornar mais longo o percurso escolar, está a reduzir o número de "casamentos precoces". O estudo, divulgado durante um encontro para a avaliação da atribuição de habitação na malha urbana de Coimbra a famílias de etnia cigana, revelou um maior investimento das famílias ao nível da higiene e conservação da habitação. O Planalto do Ingote, no entanto, continua a ser a área da cidade com maior concentração de população cigana, residindo ali cerca de um terço das 42 famílias ciganas da cidade, que ocupam cerca de 10% do parque habitacional da autarquia. Carlos Nobre, do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, refere que embora "ainda insuficiente para as necessidades, o projeto de dispersão das famílias ciganas pela cidade, iniciado há três anos, tem contribuído para a melhoria da situação das comunidades ciganas". A atribuição de habitação é fundamental para a inserção da comunidade cigana, mas áreas como a educação e a saúde também são indispensáveis para "encontrar o equilíbrio entre "a abertura e a tolerância". A atribuição de habitação aos ciganos integra-se no projeto que tem vindo a ser desenvolvido em Coimbra e implicou a criação de um centro de estágio habitacional, pelo qual passam as famílias antes de serem alojadas em casas de diferentes bairros da cidade. Na sequência do projeto, Coimbra deixou de ter, "há já alguns anos, acampamentos, tendas e barracas ciganas", mas recentemente, foram sinalizados "quatro casos de tendas e barracas", que, o vereador da habitação da Câmara, Francisco Queirós, explica essencialmente com a crise económica." _________________________________________________ fonte: http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Coimbra&Concelho=Coimbra&Option=Interior&content_id=2542955&page=-1

quinta-feira, 26 de abril de 2012

WORKSHOP INTERNACIONAL SOBRE COMUNIDADES CIGANAS, EM MOURA

Dezasseis técnicos de oito países europeus (Itália, França, Grécia, Polónia, República Checa, Alemanha, Noruega e Portugal), que trabalham na área da interculturalidade e da integração social e educativa das comunidades ciganas, marcaram presença em Moura, entre 16 e 20 de Abril, no workshop organizado pela ADCMoura, “Action for interculturalism: ‘Roma communities’ inclusion in rural areas” (Programa Grundtvig). Esta iniciativa representou uma experiência muito profícua em termos pessoais e profissionais, quer para os participantes, que viram aumentadas as suas competências, o seu conhecimento sobre a realidade local e a sua rede de contactos, quer para a equipa organizadora e para a ADCMoura, que viram reforçados o seu capital de experiências e o seu estatuto nesta área. Para além de um conjunto de eventos de descoberta dos valores paisagísticos e culturais do concelho de Moura e de visitas de estudo em Moura e Sobral da Adiça para dar a conhecer aspectos da vida das comunidades ciganas locais, o programa de actividades incluiu sessões de debate e troca de experiências sobre questões relacionadas com a cultura cigana, modos de intervenção sócio-comunitária, mudanças culturais dentro das comunidades e estratégias de integração, e ainda apresentação e utilização de ferramentas apropriadas para o trabalho com públicos desfavorecidos (Teatro do Oprimido) e promotoras da participação (Caderno Temático), esta última utilizada na construção de propostas e recomendações na área da intervenção junto de comunidades ciganas, com que se encerrou o workshop. Mais informações: http://www.actionforinterculturalism.blogspot.pt/

quarta-feira, 21 de março de 2012

Aula Nómada PIEF Moura/Amareleja - Arroz de Funcho

A aula nómada organizada pelo PIEF de Moura/Amareleja incidiu sobre a preparação de uma receita tradicionalmente cigana - o Arroz de Funcho. A receita foi preparada por duas encarregadas de educação de alunos do PIEF, que também ensinaram todos os passos para a cozinhar. No final,num almoço de convivi, todos puderam provar o Arroz de Funcho, que superou as expectativas esperadas por aqueles que ainda não conheciam. A receita fica em baixo descrita para aqueles que tambem queiram experimentar. ARROZ DE FUNCHO
Ingredientes: Alho Cebola Sal Azeite Polpa de tomate Funcho Arroz Frango Preparação: Refoga-se o frango com o azeite, a cebola, o alho, o sal e a polpa de tomate. Em seguida, deita-se agua, deixa-se ferver um pouco e junta-se o funcho já partido. Depois de o frango estar cozido, deita-se o arroz. Serve-se ainda com o caldo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

"Comunidades Ciganas, Cultura e Tradições"

No âmbito da Semana da Comunidade Educativa,no passado dia 24 de Janeiro teve lugar, na EBI de Amareleja, a tertúlia "Comunidades Ciganas, Cultura e Tradições" organizada pelo PIEF de Moura/Amareleja. Este evento juntou alunos e técnicos do PIEF, representantes da EBI (Direcção, Delegados e Subdelegados de turma, Funcionários), da Câmara Municipal de Moura e da CPCJ, a equipa do Projecto Encontros e o Mediador da Câmara Municipal. Para dar inicio à tertúlia foi apresentado o projecto "O Contador de Historias" (em articulação com o PIEF de Mourão): os alunos do PIEF em conjunto com a professora de Viver Português, contaram a história de um jovem cigano no seu percurso escolar e profissional e deram os seus testemunhos sobre a sua experiência pessoal na Escola e na convivência com outras culturas, assim como sobre a importância da Escola no seu percurso pessoal. De seguida, foi passado o filme "Sou Cigano", onde uma criança aborda várias questões relacionadas com a cultura cigana, como o casamento e o luto. Questões estas que seriam depois aprofundadas numa apresentação em power point, onde foram também apresentados temas como a religião, a língua, a bandeira, as diferentes festividades, o papel da família, do trabalho e da musica na comunidade cigana. Todos estes temas foram acompanhados pelas intervenções dos presentes, permitindo debater as perspectivas das diferentes culturas. A tertúlia finalizou com o visionamento do filme "Natal Cigano" realizado pelos alunos do PIEF de Moura/Amareleja com as famílias ciganas de Povoa de São Miguel.

SOU CIGANO from Tânia Duarte on Vimeo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Comunidade Cigana e a Escola Pública

Ao longo de vários anos, Cada vez mais a Escola vai exigindo da criança cigana o desempenho de certas tarefas, que quando deparada com elas toma consciência de que os conhecimentos que possui e que são valorizados pelo seu grupo de pertença, não são considerados adequados, tendo um reduzido significado para a escola. Este facto pode ser considerado inibidos no desempenho dessas tarefas, consideradas ameaças à sua auto-estima. A não resolução destas tarefas de acordo com o êxito definido pela Escola é reflexo da vulnerabilização da criança a um meio que lhe é desconhecido, não funcionando segundo as regras que conhece.
Muitos dos argumentos usados por professores e técnicos de intervenção é que as crianças são preguiçosas e que mentem bastante. No entanto, parece ser negligenciado o facto da mentira, associada a este grupo étnico, ter sido construída como uma estratégia de sobrevivência, necessária para fazer face à situação de desvantagem e desigualdade social e cultural vivenciadas. Estas crianças são consideradas escolarmente difíceis porque provocam "ruído", incomodam pela evidente dificuldade de adaptação e integração. É nos processos de organização do trabalho dentro da sala de aula que reside a maior incomodidade dos ciganos em relação à escola, motivando-os a criar uma serie de pretextos para abandonarem a sala a meio de uma aula ou faltarem às aulas. o receio de ser inferiorizado pelo "outro" resulta num fechamento das relações de sociabilidade inter-étnicas e fechando-se mais no grupo de pertença. A percepção da sua falta de escolaridade é associada a uma "deficiência" que os inibe de se inserirem no mercado de trabalho em ocupações fora do âmbito tradicional cigano, castrando-lhes as perspectivas de futuro profissional. A incapacidade de permanecer de forma continuada na escola deriva da pertença a um sistema cultural tradicionalmente afastado do saber letrado.
Desde sempre as crianças ciganas crescem num ambiente familiar e comunitário onde a escola é pouco valorizada, marginal às restantes actividades do seu quotidiano. O ritmo de vida das crianças é pautado pelo ritmo de vida dos adultos, o que influencia a percepção espacial e temporal e, consequentemente, a estrutura de pensamento da criança, diferente da exigida pela Escola. (fonte: "A Relação dos Ciganos com a Escola Pública", Casa-Nova, Maria José)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Musicas CD CIDNET – NATAL

De todas as músicas sugeridas para o Cd de Natal do Cid, as abaixo referidas foram as mais votadas e aquelas que fizeram parte do mesmo! Podes ouvi-las aqui no nosso blogue! 1. Gun's and Roses 2. Rumba Portuguesa 3. Orlando: eu já namoro com uma menina de 15 anos (o video desta música não se encontra disponível na Internet, foi disponibilizada por um dos nossos utilizadores) 4. Cigana linda 5. Sweet child o'mine . 6. Popota 2011 7. Chano: Sou rico 8. LMFAO : Sexy and I know it 9. Kuduro Cigano: toma, toma já! 10. G!PsY e Davi Maia: novo tema de kisomba 11. Dois Amores (o video desta música não se encontra disponível na Internet, foi disponibilizada por um dos nossos utilizadores) 12. Adele: set fire to the rain 13. Musica Cigana: Oh Meu Deus 14. Joaquin Sabina: mas de cien mentiras 15. Gipsy kings: el toro y la luna 16. Carlos cigano: nova rumba apsalon 17. Ciganos do 95 instrumental 18. el tren de los sueños - eres para mi

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Natal no Cid@net

Para comemorar o Natal, o Cid@net lançou, aos seus visitantes, o desafio de criar um Cd de Natal.A ideia não era criar um Cd com musicas de Natal, mas sim com as músicas preferidas de cada utilizador.O objectivo da iniciativa era juntar musicas de vários estilos musicais e, consequentemente, de diferentes culturas. O resultado foi esse mesmo: o CD de Natal do Cid@net foi um CD criado com musicas propostas por alguns utilizadores, num trabalho onde se encontram duas culturas, a cigana e a não cigana. As "Músicas do Cid@net" foi depois distribuído por todos os utilizadores, participantes e não participantes.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ciganos sem rumo


Na minha opinão, os ciganos não deveriam andar assim com "a casa as costas". Lino Martins - Póva de São Miguel

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Fim de uma Aventura

Em Março de 2011, termina o curso de alfabetização de adultos que decorreu na Póvoa de São Miguel durante 5 meses. O projecto foi promovido pelo Agrupamento de Escolas de Amareleja, em articulação com a ADCMoura, e contou com o apoio da Junta de Freguesia da Póvoa de São Miguel, que disponibilizou uma sala e algum material.
Desde que o projecto Encontros está a trabalhar com as comunidades da Póvoa de São Miguel e do Sobral da Adiça, a necessidade mais gritante que se levantou foi na área da educação. Os adultos das comunidades ciganas rurais são na sua maioria analfabetos, e solicitam regularmente oferta formativa em competências literárias básicas. Em 2010, o agrupamento de escolas de Amareleja respondeu a este desafio, candidatando dois cursos de alfabetização de adultos junto da Direcção Regional de Educação do Alentejo - um para a comunidade da Póvoa de São Miguel e outro para a de Amareleja - e contactou uma professora experimentada na educação de adultos para dar as aulas.
A 15 de Outubro de 2010, começava então a aventura!
No primeiro dia de aulas na Póvoa de São Miguel, não chegaram as cadeiras para os alunos se sentarem, tão grande foi a afluência. Tiveram que desistir algumas pessoas, esperando que a iniciativa se repetisse muito breve. Ficaram então 15 alunos.
Muito entusiasmados, os alunos foram sempre assíduos e dedicados. Segundo a professora, fizeram grandes progressos, e quase todos atingiram as suas expectativas: adquirir noções de leitura e escrita, ou validar as competências de 4º ano do Ensino Básico, ou ainda dotar-se de ferramentas concretas para o seu quotidiano.
Aliciados pelo aumento do seu conhecimento, por terem feito progressos rápidos, por verem a professora satisfeita pelos seus resultados, os alunos solicitaram que a experiência fosse repetida.
No seu acompanhamento às comunidades, o projecto Encontros realizou um pequeno filme juntando os testemunhos de alguns dos alunos, de que passamos a citar alguns excertos:
“- A escola à noite é muito boa, abre a mente.
- Assim já posso ajudar os rapazes nos trabalhos de casa.
- Este aqui, até conseguia ler. Mas quando acabava, não era capaz de dizer nada do que tinha lido! Agora sim, depois de ler, pode explicar à gente tudo o que leu.
- Agora consigo ler as placas, o jornal, até posso tirar a carta e fazer a minha vida melhor.
Este tipo de intervenção é o que chamamos “medidas especiais de educação”. São projectos dirigidos a uma comunidade particular, com o objectivo de aumentar as suas competências e facilitar a sua integração na comunidade maioritária.
A implementação de iniciativas deste cariz é uma das prioridades das diferentes instituições que trabalham junto das comunidades ciganas.
O curso de alfabetização de adultos da Póvoa de São Miguel é um caso de sucesso, que demonstra que quando participadas pelos próprios destinatários, as medidas de integração social têm um impacto grande e positivo na comunidade.
Aproveitamos esta oportunidade para lembrar que existem no território mais comunidades ciganas nesta situação, a quem a medida de alfabetização de adultos se encontra totalmente ajustada.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Vamos ao Badoca...


No passado dia 05 de Abril, o projecto "Encontros" (ADC Moura) e a CPCJ de Moura levaram um grupo de jovens ciganos da EBi de Amareleja a conhecer o Badoca Parque.
Depois do ponto de encontro do grupo em frente à escola, a viagem iniciou-se num misto de sensações, entre a curiosidade, a ansiedade, a alegria e o receio na viagem (uma vez que para alguns era a primeira vez que andavam de autocarro). Durante a viagem, estes jovens conviveram uns com os outros e com os técnicos que os acompanharam, cantaram musicas da sua cultura, contaram anedotas e adivinhas.
A chegada e visita ao parque foram pautadas pela boa disposição e pelo convívio entre todo o grupo.
A visita iniciou-se com um safari pelo parque num "comboio", onde puderam ver zebras, girafas,tigres, camelos, antílopes, avestruzes, búfalos, entre muitos outros animais; e ficar a saber mais sobre estes animais graças à ajuda do guia que nos acompanhou e que fez as devidas explicações junto de cada animal. Muitos destes jovens nem acreditavam que estes animais existissem na realidade, por isso, a curiosidade e o espanto andaram sempre de mãos dadas nesta visita.
De seguida, almoçamos no parque de merendas e visitamos alguns animais na suas imediações.
Se a parte da manha foi divertida, a parte da tarde não ficou por menos. A maior atracção foi o raftling africano, onde os nossos jovens, dentro de um pequeno barco, deram asas à diversão na descida de um rio artificial.
A visita terminou na ilha dos primatas: duas ilhas onde habitam algumas famílias de macacos de diferentes espécies.
Esta foi, sem duvida, uma experiência muito enriquecedora quer para os jovens quer para os técnicos que os acompanharam, pela possibilidade de lhes dar a conhecer outras realidades e pelo óptimo convívio entre todos conseguido em toda a visita.

"O Bairro Cigano de Moura" na Revista Visão

No passado dia 20 de Abril, a Revista Visão publicou online um conjunto de fotografias intitulado "O Bairro Cigano de Moura", onde sao retratadas 40 familias que vivem no Largo da Feira, em Moura.
A Galeria de Imagens pode ser visitada no seguinte endereço online:
http://aeiou.visao.pt/o-bairro-cigano-de-moura=f599491

(in Revista Visao)

segunda-feira, 28 de março de 2011

PIEF nas Pias

Numa aula de Formação Vocacional da turma PIEF surgiu a pergunta: “Porque vem à escola?”. Com uma máquina de filmar, e a partir de uma brincadeira, fomos perguntando a alunos e professores, o que os trazia àquela sala.
Uns dizeram esperar aprender “a ler, a escrever, a tirar a carta”, outros ajudar os pais nas viagens lendo as placas na estrada, outros ainda referem apenas querer aprender. Os professores dizem ter encontrado nesta turma uma nova forma de dar aulas, de criar relação com os alunos e de se deixar motivar pelas suas aprendizagens.
A turma PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação) de Pias, em funcionamento na Escola Básica Integrada c/ Jardim de Infância de Pias, integra-se no Programa para a Inclusão e Cidadania (PIEC) e tem como especificidade a grande flexibilidade e capacidade de adaptação a cada aluno. Nesta turma o ajuste é permanente. O trabalho começa na relação com cada aluno, e parte do conhecimento das suas capacidades e interesses para o ensino-aprendizagem.
E foi do conhecimento da realidade dos jovens, todos de etnia cigana, que partiu o trabalho desenvolvido. Através da pesquisa e estudo da cultura cigana foram realizados vários trabalhos. No sentido de melhor (dar a) conhecer as tradições da cultura foi realizado o filme “A comunidade cigana”, que documenta alguns aspectos essenciais da vida dos alunos e suas famílias, como a tradição do casamento, da família, a perspectiva sobre a escola, a gastronomia, entre outros. Foi ainda elaborado o livro “A história do povo cigano”, onde página a página se pode ler a história do povo, ilustrada por quem vê de dentro. Nós, adultos, começámos por aprender, para depois poder ensinar.
Ao longo do ano, um dos projectos que temos desenvolvido é a construção e narração de estórias. «Uma história sem “h” surge da necessidade de trabalhar a escrita e interpretação de textos com os alunos . “Quantos queres?”. Foi assim que começou a primeira estória; a partir de vários quantos-queres, fomos respondendo às questões “onde começa a tua história?”, “quem é o teu herói?”, e em três grupos surgiram estórias com heróis e vilões, acontecimentos perturba
dores, enredos e desenrolares variados. Outra estória surgiu em harmónica. Frase a frase os alunos foram construindo uma estória que se desenrolava a partir da última palavra da anterior, e no fim desenrolou-se o conto em que todos colaboraram. A dramatização da estória “a galinha verde”, colocando em palco os personagens, teve como objectivo treinar a dicção, a projecção de voz, a interpretação de uma personagem. E no fim, ainda demos cartas. De um baralho de cartas que revela os momentos-chave do conto, são dadas cartas que se abrem na mão em jeito de estória. E tem sido através de diferentes métodos que vamos construindo estórias; estórias que ganham voz no palco da nossa sala. Este projecto culmina numa sessão com a convidada Cristina Taquelim, contadora de estórias, que irá narrar uma estória sem “h”. Tal como este, poderiam ter sido identificados outros projectos que vão sendo desenvolvidos na turma PIEF. Por serem usualmente mais conhecidas as actividades extra-curriculares e “fora de grades”, optámos por divulgar um projecto de sala de aula que, adaptado a esta turma, promove o desenvolvimento de competências essenciais como a leitura e escrita.
No dia-a-dia do trabalho com estes jovens, cabe-nos investir e acreditar que a semente lançada produzirá fruto. Sabemos que nunca iremos ver a árvore completamente desenvolvida, mas vemos pequenos rebentos, que vão dando sentido ao trabalho realizado.
Acompanhe o nosso trabalho em ciga-nosempias.tumblr.com, e deixe os seus comentários e sugestões!
Autora: Madalena Santos, Técnica de Intervenção Local do PIEF de Pias

PIEF no Sobral D'Adiça

O PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação) é um projecto do PIEC (Programa de Inclusão e Cidadania) que se encontra a funcionar na Freguesia do Sobral da Adiça, com uma turma de 8 alunos pertencentes à comunidade cigana com idades compreendidas entre os 15 e 18 anos, que pretendem alcançar o 2º ciclo.
Com este jovens, a Equipa Técnico-Pedagógica procura promover a aquisição de conhecimentos e de hábitos de vida saudável e cidadania, nomeadamente ao nível da higiene oral, pessoal, puericultura. Também pretendemos estimular o desenvolvimento no domínio nas áreas vocacionais da costura e cozinha, visto terem sido áreas de interesse que vão ao encontro dos gostos e preocupações manifestados pelos jovens. Para além destas áreas, os alunos frequentam aulas de Português, Matemática, Homem e Ambiente, Língua Estrangeira, Expressão Artística e Educação Física, onde adquirem conhecimentos e competências integrados nestas disciplinas.
O programa de trabalho dos alunos é constituído por variadas temáticas, com inúmeras actividades realizadas, tais como teatro de sombras, dança e teatro de fantoches na festa de Natal, participação no concurso da Escola com um chapéu sobre o Hallowen; confecção de doce de abóbora, abertura de concurso para os PIEF do Baixo Alentejo sobre a construção de uma árvore de natal com pacotes de leite, visita aos Bombeiros Voluntários de Moura e Biblioteca Municipal de Moura, visita, com os alunos do PIEF de Pias, ao Lagar de Brinches, elaboração de uma bandeira para comemorar os 21 anos da Convenção dos Direitos da Criança. Para acções de sensibilização, o PIEF de Sobral pôde contar com a parceria de vários profissionais, como uma Enfermeira e Higienista Oral do Centro de Saúde de Moura, para ensinar cuidados básicos de higiene pessoal dos adultos e bebés e saúde oral. Os alunos receberam a visita da Psicóloga da Associação de Mulheres do Concelho de Moura e as Técnicas do GAAF (Gabinete de Apoio ao Aluno e Família) do Agrupamento de Escolas de Moura, que lhes transmitiram noções no domínio dos afectos, atitudes e comportamentos sociais.
Aquando da vista ao Posto da Guarda Nacional Republicana de Moura os alunos elaboraram o seguinte texto:

“No dia 13 de Janeiro, quinta-feira, a turma do 6º PIEF do Sobral da Adiça, juntamente com a técnica da ADCMoura, chegou ao Posto da G.N.R de Moura, onde antes era o antigo Convento de São Francisco. Eram dez horas e trinta minutos quando chegámos, fomos logo recebidos de forma acolhedora por dois militares da G.N.R.. Levaram-nos a conhecer várias salas; a sala de comunicação; sala de atendimento às vitimas e a sala onde vimos um vídeo sobre a Prevenção Rodoviária. Em seguida fomos conduzidos ao ginásio, onde os militares da G.N.R se preparam fisicamente para o bom exercício e desempenho das suas funções. Depois entrámos numa sala que tinha muitos troféus e armas antigas - era a sala do Capitão. Vimos também exposto o prémio de boas práticas, a nível Nacional, ganho pela G.N.R de Moura. No final tirámos algumas fotografias nas motas de todo-o-terreno utilizadas para vigilância dos espaços rurais. A turma do 6º PIEF agradece o transporte disponibilizado pela ADCMouramilitares da G.N.R de Moura”.
O balanço que a Equipa Técnico Pedagógica faz do 1º período de trabalho com estes jovens é positivo, porque os alunos tem sido assíduos, empenhados e esforçados. Os pais estão felizes com a participação dos seus filhos, reconhecendo o valor deste projecto.
Com tudo isto pretendemos o desenvolvimento integral dos alunos a nível psicológico, sócio-afectivo, físico, cultural e a sua integração na sociedade estimulando a consciência dos alunos e seus familiares para a importância da educação respeitando os seus princípios culturais.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Encontro Temático "Comunidades Ciganas e Educação Formal"

No passado dia 26 de Janeiro realizou-se na Escola Básica Integrada de Amareleja (EBi Amareleja), o Encontro Temático "Comunidades Educativas e Educação Formal" no âmbito da Semana da Comunidade Educativa, promovido pela ADC Moura através do projecto "Encontros", em articulação com a Câmara Municipal de Moura e a EBi da Amareleja.
Numa abordagem da Cultura Cigana como influenciadora da Educação Formal das crianças ciganas, este encontro pretendem desmistificar ideias relacionadas com aspectos culturais desta comunidade e explicar como estes podem de, alguma forma, ter influência na assiduidade, aproveitamento e relacionamento entre estas crianças com colegas e professores.
Desta forma, foram abordadas uma serie de questões, tais como as razões para as dificuldades de integração escolar destas crianças, algumas mudanças já verificadas, as "leis" ciganas, o luto, o casamento, a educação, a religião, entre outras questões, que sendo clarificadas podem ajudar professores e técnicos a entender determinados comportamentos e reacções, algumas vezes originários de conflitos.
Estes encontros permitem sempre espaços abertos à discussão e debate das temáticas,assim como a partilha de experiências.